Isenção de IR, igualdade salarial e queda de juros também foram pautas

São Paulo – 1º de maio de 2025
No maior ato do Dia do Trabalhador realizado na capital paulista, nesta quinta-feira (1º), centrais sindicais e representantes do governo federal se uniram em defesa de pautas históricas da classe trabalhadora.
Entre as principais demandas destacadas no evento estão o fim da escala de trabalho 6x1, a redução da jornada semanal sem diminuição de salário e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O evento aconteceu na Praça Campo de Bagatelle, na Zona Norte de São Paulo, e reuniu milhares de pessoas a partir das 11h. Organizado por seis centrais sindicais — Força Sindical, CSB, CTB, UGT, Nova Central e Pública —, o ato contou ainda com a participação da CUT, como convidada especial.
Durante os discursos, lideranças sindicais enfatizaram que a última grande conquista em relação à jornada de trabalho aconteceu há mais de três décadas, com a promulgação da Constituição de 1988, que reduziu a carga de 48 para 44 horas semanais. Segundo Miguel Torres, presidente da Força Sindical, o momento atual exige avanços.
“A jornada de trabalho tem que ser reduzida. Temos condições de trabalhar até menos que 40 horas semanais. Isso significa mais tempo para a família, para o estudo, para o descanso, especialmente num momento em que a saúde mental dos trabalhadores está tão afetada”, afirmou.
Além da pauta trabalhista, o evento também reforçou a luta pela igualdade salarial entre homens e mulheres, e a diminuição da taxa de juros no país, considerada pelos sindicalistas como um entrave ao desenvolvimento e à geração de empregos.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, esteve presente ao lado dos ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Aparecida Gonçalves (Mulheres). A presença do governo federal foi interpretada como um sinal de alinhamento com as pautas do movimento sindical.
Apesar do otimismo com as demandas apresentadas, Miguel Torres reconheceu os desafios. “A aprovação da redução da jornada e do fim da escala 6x1 dependerá da mobilização popular e do convencimento de um Congresso Nacional conservador”, alertou.
O 1º de Maio em São Paulo, além de reafirmar a força da mobilização sindical, deixou claro que as lutas por melhores condições de trabalho, justiça fiscal e igualdade de direitos continuam no centro da agenda dos trabalhadores brasileiros.